No post anterior em que falamos sobre Ligas metálicas na medicina, muita coisa interessante ficou de fora. Pode-se supor com facilidade que umas das áreas médicas em que os biomateriais são muito utilizados já por um longo tempo, é a odontologia, afinal, tivemos toda a discussão sobre os dentes de ouro. Por isso, esse post se dedica a ir um pouco mais fundo neste campo, até porque esse assunto vai um pouco além dos metais, além de haver detalhes sobre o uso dos metais que ficaram de fora do outro post por termos nos focado em ligas específicas. Por exemplo, falamos sobre o uso de ligas de titânio na medicina, mas deixamos de citar algo interessante: O próprio Titânio Comercialmente Puro em si é considerado um biomaterial, sendo o favorito para a fabricação de implantes dentários. Por tanto, leiam esse recorte sobre Materiais na Odontologia.

Curiosidades

Implantes Dentários e o Titânio

Para devolver a completa capacidade de mastigar aos pacientes, surgiu-se a necessidade de substituir dentes faltantes por algo que fosse tão resistente quanto os próprios dentes. Entre os materiais, muitas metais certamente tem propriedades mecânicas adequadas para isso, porém, algo deve ser colocado em perspectiva: O ambiente bucal pode ser bastante hostil, dada a condição corrosiva da saliva, as variações de temperatura e pH, além dos propriedades físicas e químicas dos alimentos. Todos esses fatores são os que fazem necessária certeza de que se deve utilizar um material o mais próximo de bioinerte, e com alta resistência a corrosão.

 

Implante dentário

Essa é a representação de um implante dentário de titânio, imagem obtida em um banco de imagens

As características das ligas de titânio que o fazem ser uma boa escolha foram abordados no post anterior, então aqui será focado em uma outra perspectiva: porque usar o Titânio comercialmente puro. O principal motivo disso está em uma característica não abordada antes, que seria sua toxicidade nula. Como um exemplo usaremos a liga Ti-6Al-4V, ela é usada em próteses de quadril, articulações de joelhos, placas para fixação de fraturas de ossos, parafusos para fixação de fraturas, válvulas de prótese cardíaca, marca passos e até em corações artificiais, mas quando se trata de implantes permanentes essa liga apresenta um possível efeito tóxico, dada a liberação de Alumínio e Vanádio para o corpo. É por isso que para os implantes dentários, cujo plano é que fiquem com o paciente pelo resto de sua vida, o Titânio Comercialmente Puro acaba sendo mais recomendado.

Curiosidades

Zircônia, um biomaterial Cerâmico

Apesar de todas as vantagens do Titânio, o próprio e suas ligas ainda estavam sujeitas a falhas, falhas essas que podem causar danos ao corpo humano. Devido a isso a pesquisa de materiais não-metálicos que pudessem ser usados com implantes levou a zircônia (ZrO2), um biomaterial cerâmico bioinerte que apresentam excelentes propriedades de biocompatibilidade, resistência mecânica, elevada resistência à fratura e baixa susceptibilidade a corrosão, além de ser mais agradável esteticamente.

Este material é uma alternativa relativamente nova, sendo o primeiro implante fabricado deste material  fora realizado em 2008, mas atualmente tem sido cada vez mais frequente na rotina clínica com o uso direcionado para coroas, pilares, componentes protéticos e implantes dentários, ou seja, um material bem versátil. Atualmente para a maioria dos casos as taxas de biocompatibilidade deste material permanecem abaixo dos implantes de Ti, mas no futuro pode se tornar a primeira escolha com implante dentário.

Curiosidades

Alinhadores e a necessidade estética

É notável que a preocupação com a estética tenha sido gatilho para diversas pesquisas e tecnologias da atualidade. Um exemplo disso dentro da odontologia foi a substituição dos aparelhos ortodonticos fixos convencionais por alinhadores estéticos, feitos de materiais poliméricos termoplásticos, como poliuretanos (PU), policarbonatos (PC), poliésteres e, mais recentemente de polietileno tereftalato glicol modificado (PETG). Estes alinhadores, além de proporcionarem a estética desejada, não dificultam a mastigação, facilitam a higienização oral e promovem menor desconforto.

 

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Tais materiais não precisam ter propriedades mecânicas tão boas quanto as das aplicações dos materiais citados nos outros tópicos, mas ainda precisam ser boas o bastante para manter sua posição ao longo do tratamento, que costuma ser em torno de duas semanas. Outro fato interessante sobre este produto é que ele pode ser confeccionado a partir de uma impressora 3D.

Estes foram alguns exemplos sobre os caminhos que a tecnologia de materiais está tomando na área odontológica. Não é interessante os fatores diferentes que podem levar a inovação? A SMat Jr. Também busca resolver os problemas que nos são impostos de maneira inovadora, portanto, precisou de um serviço, não deixe de nos contatar!